Segundo os dados publicados, este é o mais amplo corte sofrido pelo programa desde quando foi criado, há 11 anos. Para ser mais específico, segundo a revista, cerca de 782.313 famílias foram excluídas do mesmo, somente no primeiro semestre deste ao. Como está sem dinheiro, o governo vem realizando uma detalhada avaliação das famílias cadastradas e promovendo os cortes que são necessários, de acordo com critérios que, a partir de agora, passam a ser mais rígidos.
Quais critérios estão sendo avaliados?
O governo, desde o mês de maio deste ano, cruza as informações dos beneficiários, que constam no INSS com dados dos mesmos que constem no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A finalidade é identificar as pessoas que possuem bens, cujo valor, seja incompatível, com o limite de renda permitido aos que sejam assistidos pelo programa ( no caso, seriam até 154 reais por cada membro da família). Por este critério, seria difícil a aquisição de um bem como um automóvel.
Outro critério avaliado é se não há acúmulo de de benefícios. Assim, quem no domicílio, já recebe a aposentadoria de cerca de um salário mínimo, não tem direito ao recebimento de mais um auxílio do programa.
Nas regiões do Nordeste, em cidades que vivem da pesca, quem recebe o seguro – defeso, também não têm direito ao Bolsa Família. Nesta regiões, observa-se uma queda de cerca de 70% dos beneficiários do programa.
O governo passou a ser mais criterioso, quanto ao cumprimento das exigências para quem direito ao programa. Antes, muitas famílias não mantinham os filhos na escola, condição obrigatória para receber o benefício, porém, continuavam a receber o auxílio. Na atual situação, além de manter os filhos na escola, as famílias tem que satisfazer outra exigência: os alunos tem que ter uma frequência escolar mínima de 85%. Quem não consegue, está tendo o benefício cancelado.
O reflexo dos cortes começa a ser sentido, inclusive, no comércio local dos municípios, cujos beneficiários moram. Os gastos das famílias cadastradas com compras de supermercado, comida e bebida, tiveram uma redução muito alta. Principalmente nos locais onde metade da população recebe pelo programa. Em cidades como Pernambuco, a redução foi de 6,2%; no Ceará de 7,8% e na Bahia, 5,1%.
Na sua avaliação, a revista Veja, cita que o poder de compra dos beneficários, foi reduzido pela inflação do período. Não há reajuste desde o mês de junho do ano passado. Ela afirma que houve uma perda no poder de compra em torno de 10,25%.
Outro efeito do corte do Bolsa Família
Nas famílias que tiveram o benefício suspenso, observou um fenômeno interessante. Muitas pessoas, que com o programa, haviam deixado de trabalhar, tiveram que voltar a procurar outra forma de sustento. Uma pesquisa do IBGE, feita por amostragem de domicílios, mostrou que, comparando o último trimestre de 2014, com o segundo trimestre de 2015, mostrou que a quantidade de trabalhadores que ajudam em pequenos negócios familiares ou de conhecidos triplicou no Nordeste em relação ao restante do país.
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