Foto: Divulgação
O jornalista Sidney Rezende, após 20 anos de trabalho na Rede Globo, foi demitido da GloboNews – onde ocupava seu último posto – sem direito a um comunicado de despedida. Neste fim de semana, o profissional participou de uma premiação dos melhores do carnaval do Rio de Janeiro e, diante das 600 pessoas presentes, fez um discurso extremamente crítico a empresa de comunicação.
Em suas palavras, Rezende afirmou que a emissora está "extrapolando os seus limites" e "impedindo que as expressões populares do nosso país funcionem de uma maneira mais clara". "A Globo não é dona do Brasil, a Globo não é dona do Carnaval, a Globo não é dona do futebol", bradou ela, pedindo que as pessoas questionem a competência da emissora na transmissão de fatos e informações.
Conhecido no meio jornalístico, Sidney criou o modelo de programação da rádio CBN e foi um dos fundadores da GloboNews. Ele foi dispensado pela Globo em 13 de novembro, um dia depois de publicar em seu site, o SRZD, um texto em criticava a obsessão dos jornalistas por notícias ruins e pela aposta no impeachment da presidente Dilma Rousseff como "único caminho para a redenção nacional". Mas, de acordo com o jornalista Daniel Castro, seu afastamento foi relacionado a renovação dos apresentadores do canal fechado e com uma movimentação para acomodar Christiane Pelajo.
"A Globo está ultrapassando os seus limites como meio de comunicação no momento em que interfere em horários de festividades, nas partidas de futebol, nos desfiles das escolas de samba, quando adequa as festividades populares a uma grade de programação de seu interesse", explicou. Para Rezende, o prestígio da Globo "tomou um viés que acabou sufocante para as expressões culturais” por querer determinar o ritmo dos desfiles para que suas câmeras captem melhor uma coisa ou outra, por exemplo. Procurada por Daniel, a Globo não quis comentar as declarações de Rezende.
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